É comum a associação da obesidade com problemas psicopatológicos, as chamadas “comorbidades”. Discute-se se são causa ou efeito. O que veio antes, o ovo ou a galinha? A pessoa engorda por que tem problemas emocionais ou tem problemas emocionais por que é gorda?
Não há espaço aqui para entrarmos no mérito. Porém, sabemos que existem diferentes tipos de obesidade. Mais apropriadamente, falamos em “obesidades”. O que vale para um pode não valer para outro, daí a necessidade de individualizarmos cada caso.
Vamos a alguns dados clínicos:
- Obesos têm maior prevalência de transtornos emocionais graves.
- Quanto maior o grau de obesidade maior o comprometimento e a dificuldade de tratamento.
- Quanto mais problemas estiverem associados, menos favorável é o prognóstico.
Entre os problemas associados podemos citar a ansiedade, dificuldades afetivas, dificuldades sociais e sexuais, de relacionamento, timidez, baixa capacidade de habilidades sociais, baixa assertividade, transtornos de humor (depressão, distimia, transtorno bipolar), excesso de preocupações, alteração da imagem corporal e, como elemento chave, a baixa autoestima, os sentimentos de inferioridade, adquiridos até pela discriminação sofrida. Finalmente, a presença de compulsão alimentar e da compulsão alimentar noturna que, ocorrem entre 30 a 50 % das pessoas fora de peso podem inviabilizar o mais competente projeto médico-nutricional.
A identificação e o tratamento dessas questões são objeto da psicologia, essencial nestes casos.