“Se não sou mais gorda, quem sou eu?”
A perda da identidade pós-emagrecimento.
A obesidade é causada por diferentes causas, inclusive com componentes emocionais, os menos compreendidos e mais negligenciados.
Sabemos que grande parte das pessoas que emagrecem volta a engordar, além do nível elevado de abandonos.
O alimento vai muito além da nutrição. É amor, afeto, carinho, celebração, prazer. Em torno da mesa se concretizam negócios e relações.
Porém, pode apresentar outras “finalidades”, de forma inadequada. Ele pode ter uma função na vida da pessoa.
Reduz a ansiedade, a inadaptação social, afetiva, serve de lenitivo contra a frustração e a decepção.
A gordura pode afastar pretendentes no relacionamento afetivo. Um conflito entre a necessidade de afeto e o medo da intimidade.
Pode, ainda, atuar como bloqueador da sexualidade, uma espécie de maneira de afugentar possíveis parceiros a uma relação sexual.
Na cabeça de muitos, engordar pode retirar aspectos competitivos de uma pessoa. A “gordinha simpática”, por exemplo.
Nestes casos, emagrecer pode ser um risco. A pessoa estruturou uma “personalidade gorda”. Um conjunto de estratégias de sobrevivência pessoal-social.
Quando emagrece perde essa identidade, especialmente porque o peso muda antes que a cabeça.
“SE NÃO SOU MAIS GORDA, QUEM EU SOU???”
Se não identificada e tratada essas outras funções da comida, na enorme maioria das vezes inconscientes,
haverá uma volta ao falso conforto da obesidade.
Esses aspectos não são tratáveis pela nutrição ou pela medicina.
Aqui a abordagem é psicológica, via psicoterapia.
Dr. Marco Antonio De Tommaso