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PSICOLOGIA NO EMAGRECIMENTO: COMIDA O PRIMEIRO ANSIOLÍTICO

     Além da fome, outros sinais internos e externos podem levar as pessoas a comer. Ansiedade, raiva, stress, preocupações, lembranças, tristeza, ócio e outros, muitas vezes antes de atingirem o limiar da consciência.

     O comer por sensações que não a fome constitui alteração no comportamento alimentar. Enquanto a fome física é fundamental para a sobrevivência, a emocional leva à perda da função do alimento: nutrição e, porque não, prazer. A fome física é lenta, gradual. O corpo, progressivamente dá sinais de desconforto, fraqueza, vazio no estomago, salivação. A fome “ansiosa” é brusca, instantânea, vinculada a outros estímulos. Pode aparecer após uma refeição completa como “uma vontade incontrolável de comer”.

O alimento, por associações muito remotas, aparece como o “primeiro ansiolítico”, a primeira maneira de lidar com a ansiedade. Quando o bebê chora a mãe oferta-lhe comida (seio, mamadeira) supondo que chore por fome, o que pode ser verdade. Mas chora também quando tem frio, calor, se está assado, etc. É estabelecida fortíssima conexão entre desconforto (primeira manifestação de ansiedade) e comida (o primeiro lenitivo).

Crescemos e o alimento está presente em nossa educação e na cultura como premio (“se ficar quietinha ganha um sorvete”) ou como punição (“se desobedecer não come bolo”). Está presente em todo calendário de comemorações. Se para o bebê fome significa ansiedade e saciedade tranqüilidade, futuramente, quando nos deparamos com situações nas quais nos sentimos incapazes de resolver, estas associações podem ressurgir como estratégias de enfrentamento que “deram certo” anteriormente e que voltamos a utilizar, sem perceber, pela falta de outras. A criança interna re descobre o primeiro ansiolítico.

Aos poucos perdemos a capacidade de ouvir nosso corpo, discriminar os sinais que emite. Outras emoções são confundidas com a fome: raiva, medo, culpa, vergonha viram apelos à comida, muitas vezes antes de emergirem a consciência. Como se comêssemos para mitigar sensações desagradáveis antes que se façam conscientes.

Nestes casos, um tratamento só que restrinja a comida, ainda que quantitativamente, pode estar retirando o “primeiro ansiolítico”.  A ansiedade pode aflorar, recrudescer e, se a pessoa não tiver outras maneiras de enfrentá-la, utilizará aquela que conhece: COMER! Por isso, muitas pessoas em dieta se dizem “nervosas”, irritadas e acabam fazendo o que mais temiam: comer para se acalmarem.

Quem passou por muitos tratamentos e desistiu quem sabe o que fazer, mas não consegue fazer aquilo que sabe que deveria quem perde algum peso por algum tempo e volta a engordar deveria cogitar seriamente de uma psicoterapia que ajude a vencer a ansiedade. Que lhe ofereça alternativas ao “primeiro ansiolítico”.

     Lembre-se: UM PROGRAMA DE EMAGRECIMENTO É MUITO MAIS DO QUE “SÓ POSSO COMER O QUE NÃO QUERO” E “SÓ QUERO COMER O QUE NÃO POSSO”. É uma autêntica releitura da vida da pessoa o que pode ser inviável sem ajuda especializada.

     SE VOCÊ COME POR UM PROBLEMA EMOCIONAL E NÃO POR FOME, TRATE ESSE PROBLEMA SE QUISER EMAGRECER.