Todos podemos, eventualmente, comer demais. Porque está gostoso, por estar em companhia de amigos, por hábitos familiares, por stress, etc.
As diferenças entre esse comportamento e o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica, popularmente, “compulsão alimentar” reside em aspectos emocionais que ocorrem antes, durante e depois do ato.
Uma das principais características da compulsão é a presença da culpa após a ingesta. Quem come demais pode sentir prazer, um estímulo positivo. Na compulsão alimentar não há prazer, mas a remoção momentânea de um estímulo negativo (ansiedade, tristeza, raiva e outros) que volta logo após, reforçado pela culpa.
O compulsivo come muito depressa e sente-se sem controle sobre a ingestão. Come mais do que deseja e tem dificuldade para parar, o fazendo quando empanturrado ou diante da presença súbita de outra pessoa. Mesmo conhecendo os efeitos, continua praticando o ato.
O comilão se alimenta em público, saboreia o alimento, embora exagere na quantidade. O compulsivo come às escondidas e engole a comida.
O compulsivo apresenta índices elevados de transtornos psicopatológicos como ansiedade , depressão, vulnerabilidade ao stress, etc. Ao comer tem um alívio dessa sensação. Só que esse “benefício” não dura e ele recorre de novo à comida em círculos viciosos. A região do cérebro estimulada pela comida é a mesma ativada pela droga. Nesse sentido pode ser feita a analogia.
Esse grupo é particularmente refratário ao processo de emagrecimento. Se a compulsão alimentar estiver presente e não for tratada inviabilizará o emagrecimento. Por isso, o tratamento é interdisciplinar, envolvendo aspectos médicos, nutricionais e psicológicos, os mais negligenciados.