Adicção é uma dependência física ou psicológica em relação a determinadas substâncias, atividades e relações.
Através destas a pessoa procura um estado de gratificação imediata (prazer, euforia, alteração de estado de consciência, redução da tensão e ansiedade, alívio do sofrimento) apesar das consequências negativas que acarretam (isolamento, bloqueio do crescimento pessoal, doença, desaprovação social, perdas financeiras e de saúde, perda de relações significativas, violência, abuso, etc.)
Quando usamos a comida para modificar um estado de consciência, ela atua como se fosse uma droga. Num projeto de emagrecimento, a reeducação nutricional implica na redução quantitativa e/ou qualitativa do alimento. Ao reduzirem a comida, várias pessoas se defrontam diretamente com as emoções e sentimentos que a ingestão excessiva bloqueava: ansiedade, depressão, stress, raiva, pessimismo e outras, que eram “neutralizadas” pelo excesso alimentar, antes mesmo de se tornarem conscientes. Alguns pacientes narram crises emocionais diante da redução de alimento que vão da tristeza até alterações profundas de comportamento, semelhantes a crises de abstinência. O Sr K, 36 anos, conta que, ao iniciar qualquer tipo de orientação nutricional, apresenta extrema agressividade em relação ao ambiente, à família, no trabalho.
Quanto mais restritiva ao “regime” (TERRÍVEL…) maior a chance de aparecerem alterações de comportamento. Neste caso, é retirado o prazer da alimentação, e seu efeito redutor sobre as emoções.
A enorme maioria dos pacientes não tem consciência deste efeito, o tem teoricamente. Sabem que é assim, mas não sentem com plenitude. Habitualmente tem grande dificuldade de lerem as próprias emoções, estado que chamamos de alexetimia.
Pacientes que usam o alimento dessa forma habitualmente abandonam o plano nutricional e retomam a comilança que os deixava “equilibrados”.
Nestes casos, a abordagem psicológica é fundamental, ao lado da médico-nutricional.