Falamos em obesidades e não em obesidade, querendo com isso dizer que as causas são multifatoriais e variam para cada pessoa. Pessoas diferentes podem requerer abordagens diferentes. A base do tratamento reside em orientação nutricional, atividade física e equilíbrio psicológico, a parte mais negligenciada, talvez por ser a menos tangível. Pessoas que apresentam longo histórico de excesso de peso, efeito sanfona, que sabem o que fazer, mas não conseguem fazer aquilo que sabem que deveriam ou para as quais a obesidade representa algum ganho secundário devem incluir a psicoterapia em seu programa de emagrecimento.
O trabalho psicológico visa identificar e tratar o que, fora a fome, leva a pessoa a comer indevidamente. Ansiedade, stress, tristeza, raiva, dificuldades afetivas, profissionais, conjugais, sexuais? Está presente algum transtorno alimentar como a compulsão por comida ou compulsão alimentar noturna? Como está a imagem corporal? E a autoestima? Há conflito entre a vontade consciente de emagrecer x conflitos emocionais inconscientes que levem a auto sabotagem? Poderíamos resumir esse trabalho: para emagrecer a autoestima como um todo deverá ser revista. Ser gordo pode ser a linguagem escolhida para expressar emoções, que deverão ser trabalhadas. O objetivo é emagrecer e permanecer magro.
Muitas vezes notamos que, movidas por insucessos anteriores, pressões estéticas, as pessoas se lançam em processos absurdos de emagrecimento, visando, sobretudo inclusão social. Dietas “loucas”, medicamentos sem nenhum critério médico as expõe a sérios riscos de doenças. Ou seja, estas pessoas se auto agridem, não respeitam a si mesmas, se decepcionam e, no máximo, fazem mais uma dieta, para perder algum peso por algum tempo. Mesmo inteligentes, e esclarecidas, mergulham em programas bizarros que, certamente, as levarão ao fracasso. Por isso, ao tratarmos uma pessoa devemos estar atentos a autoestima, habitualmente debilitada. Quanto mais antigo o problema, maior a possibilidade de uma baixa autoestima, de um semi desespero que leve a fazer qualquer coisa para emagrecer, num evidente desrespeito a si mesmo, sua saúde, sua integridade. Habitualmente querem “ser emagrecidas” e para isso e se entregam a procedimentos bizaros. Podem adquirir seqüelas permanentes, físicas e psicológicas, aumentando a chance de um transtorno alimentar e de se infelicitarem ainda mais.
Emagrecer é muito mais que fazer mais uma dieta para perder algum peso por algum tempo. Quem quer e precisa emagrecer deve estar atenta à questão do auto-respeito, poderoso ingrediente da autoestima. Diante dos “padrões” vigentes, das ofertas de tratamentos esdrúxulos, do bombardeio de ofertas de emagrecimento a qualquer preço devem se perguntar “é bom para mim?” Respeitar-se significa respeitar seu biótipo, entender que beleza, saúde e autoestima são ingredientes inseparáveis. Para emagrecer e permanecer magra a pessoa deve se gostar acima de tudo. Deve se comportar como sua melhor amiga. Não espere emagrecer para ser feliz. Seja feliz para emagrecer.
Dr. Marco Antonio De Tommaso
– Psicólogo e psicoterapeuta pela Universidade de São Paulo
– Atuou no IPQ HC USP em pesquisa e atendimento
– Credenciado pela Assoc Bras para Estudo da Obesidade
– Consultor da Unilever – Dove de 2004 a 2010
– Articulista da revista Boa Forma “ Divã”
– Ansiedade, emagrecimento, compulsão alimentar.
– Assessoria psicológica para modelos e agências
– Consultor de psicologia do site www.giselebundchen.com.br
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