Um dos grandes causadores de comilança são as dificuldades afetivas. Rompimentos, perdas, luto podem precipitar, em pessoas vulneráveis, alteração no comportamento alimentar, levando-as a comer demais ou até compulsivamente. O alimento, nesse contexto, seria um substituto do afeto perdido.
A explicação encontra eco na precoce associação emoção-comida. Ao bebê, quando chora, é oferecido o seio ou a mamadeira. Pode chorar por fome, por frio, calor, sono, por estar molhado, entre outras causas. De qualquer maneira, a solução a ele oferecida para aplacar o sentimento desagradável é a comida. A comida se torna “o primeiro antidepressivo e ansiolítico”, a primeira estratégia para lidar com sensações desagradáveis, com as primeiras frustrações.
Mais tarde, quando as frustrações afetivas ocorrerem, algumas pessoas, diante da impossibilidade de “anestesiar” o mal estar interno, poderão reativar o antigo e primitivo esquema.
O alimento não é só nutrição. Possui enorme simbologia social e afetiva. Significa também amor, afeto, carinho. É poderoso redutor de ansiedade em curtíssimo prazo. Mas…Seus efeitos podem ser desastrosos para a saúde e a estética, se ingerido em excesso, o que habitualmente ocorre, quando visa suprir outra área que não a nutrição.
Ocorre ainda que rompimentos afetivos, separações, abandonos, perdas e luto são eventos entre os mais estressantes. São mudanças vitais em nossas vidas e para enfrentá-las todo o nosso corpo se altera. São fatores de stress poderosíssimos. Freqüentemente ocorre ansiedade e depressão.
Muitas pessoas, para alívio do stress e dos sentimentos negativos decorrentes, utilizam mecanismos inadequados, como comer demais, beber ou utilizar drogas, entre outros.
Entre outros efeitos nefastos, ocorre o aumento de peso. Está comprovado que o stress e a ansiedade podem provocar a deposição de gordura na região abdominal.