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Ser, estar, sentir-se bonita

Biologicamente falando a beleza é um estímulo ao desencadeamento do desejo sexual visando a propagação da espécie. Um homem se sente atraído por mulheres aptas a procriar, de acordo com conceitos gravados no cérebro arcaico. Nas “preferências nacionais” quadris e seios são a tônica.

A beleza não é apenas um “fato” em si, também um valor. E um valor muitas vezes atribuído. Bela pode ser a mulher que quero bem. A afetividade, as emoções podem atenuar, criar ou destruir belezas. Beleza não é mensurável. O conceito varia no tempo e no espaço, histórica e geograficamente. Os valores “não são”. Eles “valem”. O que é bonito para uma pessoa pode não ser para outra da mesma idade sexo e cultura.

Além da atribuição, beleza tem componentes culturais. Ninguém discute a influência dos padrões ditados pela mídia, moda, publicidade, TV, cinema. Não há como discutir preferências. Posso não concordar, mas não posso dizer “Fulana É mais bonita que…”. No máximo posso dizer “Eu acho Fulana mais bonita que…”Todos e ninguém têm razão.

Como explicar a busca frenética da beleza se ela não depende da soma de caracteres isolados, mas de equilíbrio entre eles? Se, no afã de criarmos a mulher “nota 1000” colocássemos no computador os olhos de A, o nariz de B, a sobrancelha de C, poderíamos encontrar uma imagem bizarra. O todo não é a soma das partes. O que parecia bonito em A poderia ser horrendo na nossa criação. O ingrediente “equilíbrio” estaria rompido.

Além do equilíbrio e da proporção, a simetria é considerada o fator que leva uma pessoa a ser considerada atraente. Rostos e corpos simétricos são considerados atraentes em estudos e pesquisas. Nas mulheres a proporção entre a maior e a menor medida do corpo gira em volta de 0,7. A proporção entre a medida da cintura e do quadril gira nestes parâmetros, desde as imagens da Renascença até as TOP Models de hoje.

Quais são os mitos encobertos pela beleza? Como a população de modelos, espécie de “Fórmula 1” da beleza, se relaciona com a própria imagem? Como utilizam a matéria prima com que trabalham?

Antes de tudo é preciso SER bonita. Isto é uma questão genética e variável de tempos em tempos. A beleza de 1800 não é necessariamente a beleza do século 21.

Depois é preciso ESTAR bonita. Aqui entra a “produção”, os cuidados pessoais, alimentação, exercício físico, repouso e outros fatores que potencializam a beleza física ou ainda que enfatizam os diferenciais de cada pessoa, aquilo que as tornam diferentes, únicas.

Mas tudo isso nada vale se a mulher não SE SENTIR bonita.Aquela sensação intima de segurança em relação a si mesma, a consciência da eficácia individual, ou seja, de AUTOESTIMA adequada. O usufruto de ser e estar bonita, que nada tem a ver com convencimento.

A autoestima potencializa a beleza. “Passa” uma energia positiva que o outro sente como “sedução”. O mesmo Vinicius que decretou “Que me perdoem as feias” em outro poema colocou “É como amar uma mulher só linda! E daí?”