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Psicologia para não especialistas: ansiedade

Ansiedade é uma emoção caracterizada por reações físicas (coração bate mais depressa, aumenta a pressão arterial, altera-se a respiração, etc) e psicológicas (medo, tensão, preocupação, etc). Podemos entende-la como uma tentativa de preencher o vazio entre o momento presente e o futuro, de tornar o futuro mais previsível, como num exame vestibular em que a pessoa pode ficar apreensiva com o resultado, na medida em que seu futuro está em jogo. A pessoa planeja, fantasia, hipotetiza o que pode acontecer. Sente-se pouco capaz para enfrentar a situação.

A ansiedade é positiva, quando nos leva à ação adequada diante de uma ameaça e influencia positivamente o desempenho. Diante de uma prova, a ansiedade pode levar a pessoa a estudar para ela, preparar-se adequadamente. É NEGATIVA quando inibe o desempenho. No exemplo da prova, a pessoa iria mal, teria “branco”, fugiria da prova.
Nos estados ansiosos, além das manifestações físicas, os sintomas psíquicos podem ser de medo generalizado, medo de ficar louco, vontade de fugir da situação a qualquer custo, até sensação de morte e perda de controle. Pensamentos catastróficos ocorrem e aumentam ainda mais a ansiedade.

O medo pode ser definido como UMA REAÇÃO A UMA AMEAÇA que funciona como proteção para o indivíduo e a espécie. Se um leão faminto adentrar por uma sala, o medo fará com que as pessoas fujam e terá sido positivo, salvando-lhes a vida. O que define se o medo é normal ou não é o fato da reação ser adequada ou não à situação, que dependerá da avaliação que se fizer do grau de ameaça da mesma. Quando o perigo é real a reação é adequada. O medo mobiliza a chamada reação de luta ou fuga, prepara o organismo para lutar ou fugir.
A reação ao medo pode ser diferente para diferentes pessoas. No exemplo anterior, ao se depararem com o leão algumas pessoas poderão gritar, outras chorarem, ficar paralisadas e até uma tentativa desesperada de “atacar” o leão. Nestes casos, a adrenalina “sobe”, a glicose é mobilizada à disposição dos músculos, ocorrendo ainda outras reações que ativam o sistema de alerta do indivíduo para luta ou fuga.

Fobias são medos irracionais. A pessoa sabe que sua reação é irracional e desproporcional à situação, que superestima o perigo real, mas não consegue deixar de sentir medo quando diante da situação ou do objeto temido. Uma minúscula aranha pode desencadear uma crise de pânico em quem tem fobia de aranhas. Outra decorrência das fobias é o comportamento de evitação e fuga. Uma pessoa que tenha medo de andar de metrô pode fugir da situação indo a pé ou evitá-la não indo a determinado lugar.

É normal ficarmos apreensivos diante de uma situação nova. Todos sentimos medo nestas condições. No tratamento da ansiedade e do medo a psicoterapia mais cômoda não é a melhor. É fundamental que a ansiedade apareça e que a pessoa seja gradualmente exposta à situação ou objeto que geram essa emoção, para o sucesso do tratamento. A única maneira de melhorar com nosso desempenho é desempenhando. Enfrentar o medo é muito menos aterrorizante do que viver a expectativa dele, a eminência de catástrofe que se origina da sensação de incapacidade diante dele.