Medo e ansiedade

Medo pode ser considerado uma reação a uma ameaça. Um mecanismo de proteção diante do perigo.
É importante legado evolutivo que nos permite evitar o perigo e tem valor óbvio na sobrevivência. Se a ameaça é real, é útil e positivo. Sob certas doses nos mantém alertas para que o desempenho sob stress seja possível. O medo dosado leva-nos a estudar para uma prova, a dirigir com cuidado. Tanto a ausência como o excesso de medo pode interferir na nossa prontidão para a ação.

O medo é desadaptativo ou negativo quando desproporcional a uma situação que não envolve perigo real, quando aparece na ausência de ameaça real ,sendo na maior parte do tempo inexplicável e fora do nosso controle voluntário.
Alguns medos são mais universais que outros parecendo terem sido importantes para nossa sobrevivência enquanto espécie. Medos de tubarão, cobra, tigre são muito mais freqüentes que medo de cigarro (por pior que faça à nossa saúde ) apesar de dificilmente termos contato com eles. São medos que parecem estar gravados em algum lugar de nossa memória arcaica e são mais facilmente ativados quando diante da situação ameaçadora.
Outros medos são mais circunscritos a uma situação sócio-cultural. Medo de assalto é muito mais freqüente hoje que há 50 anos. Lemos jornais, vemos TV, fomos assaltados ou temos amigos que o foram.

CORAGEM NÂO É AUSÊNCIA DE MEDO ! É O ENFRENTAMENTO ADEQUADO DA SITUAÇÃO, BASEADO NUMA AVALIAÇÃO REALISTA DA MESMA ! Não é “corajoso” quem põe a mão na boca de um cão feroz que não conhece !

Alguns medos podem ser muito limitantes. Quando de alguma forma prejudicam o funcionamento social, pessoal, profissional ou acadêmico, interferem em relacionamentos, DEVEM SER TRATADOS !

Ansiedade é um termo ambíguo. Nos dizemos “ansiosos” com diversas conotações, inclusive positivas. “Estou ansioso pela sua chegada”.

Tecnicamente ansiedade pode ser definida como uma emoção subjetiva, voltada para o futuro, (pode ser considerada como uma tentativa de preencher o intervalo de tempo entre o momento presente e o futuro), semelhante à sensação de medo, com manifestações físicas (taquicardia, respiração mais rápida, sensação de sufocação, tremores, sudorese, ondas de frio ou calor, etc), psíquicas (apreensão, expectativa, apreensão, insegurança, inquietação, etc) e comportamentais (evitação ou fuga da situação que provoca a ansiedade).

É considerada “normal” ou “positiva” quando leva à ação adequada, como estudar para uma prova ou preparar-se com antecedência para uma palestra. É negativa quando leva ao desespero, a não conseguir fazer uma prova nem estudar para a mesma, evitando-a ou tendo “branco”.

O medo é uma emoção mais específica que a ansiedade e ocorre diante de uma situação ou objetos definidos. A ansiedade é mais difusa, ligada a um perigos imaginários .

Ambos, medo e ansiedade, podem levar à fuga ou evitação. O medo de elevador faz a pessoa ficar tão ansiosa que evita usa-lo, indo a determinado andar de escada ou não indo. “Tenho medo de elevador”. ”Fico ansioso só de pensar em me aproximar dele”.

WhatsApp
Telegram
Facebook
Email
Picture of Dr. Marco Tommaso
Dr. Marco Tommaso

O Marco Tommaso é um psicólogo e psicoterapeuta que trata pacientes com uma abordagem humanizada, enxergando, antes do diagnóstico, uma pessoa com sonhos, medos, desejos e anseios.

Entrar em contato

Artigos Relacionados