Beleza feminina: A pesquisa Unilever – Dove

Dia 29/09/2004 tive o prazer de participar, na qualidade de consultor, da entrevista coletiva por ocasião da apresentação mundial da pesquisa Unilever-Dove. O estudo foi encomendado pela empresa a StrategyOne, instituto pesquisa mundialmente conceituado. Foram entrevistadas 3200 mulheres de 18 a 64 anos em 10 paises. O objetivo era mostrar como mulheres de todo o mundo encaram a beleza, os padrões ditados pela mídia e seus efeitos na qualidade de vida e na sociedade.

Embora a mulher se empenhe na obtenção deste ideal de beleza inviável, simultaneamente reivindica a ampliação e a democratização desse padrão, imposto de forma arbitrária. 75 % querem que a mídia retrate a beleza de forma mais abrangente, incorporando outros fatores, além da simples atratividade física (que é um componente da beleza, mas não a beleza) como auto-estima, bem estar, simpatia, cordialidade, sinceridade e, principalmente, que beleza esteja sempre vinculada à saúde física e mental e aplicável a mulheres “normais”.

A pesquisa Unilever – Dove mostra que só 2 % das mulheres de todo se definem como “belas”! O índice de satisfação das brasileiras é ainda pior: apenas 1 % se define como tal! 54 % cogitaram em submeter-se a cirurgia plástica 7% o fizeram. 13 % atribuem beleza apenas às Top Models.

Conceitualmente não se pode chamar de padrão ou norma um atributo comum à apenas 1 % da humanidade. Modelos constituem uma forma específica de beleza e não a beleza em si. Não são “mais que” ou “menos que”, apenas “diferentes de”, inclusive geneticamente. Existem mulheres lindíssimas que não modelos. Estabelecer que a beleza da modelo como critério é o mesmo que postular que o “normal” em termos de atividade física é o desempenho do campeão olímpico dos 100 metros, também ele uma exceção genética. Seriam as modelos mais felizes que as outras mulheres? Com certeza, NÃO! Estariam elas mais satisfeitas e seguras da própria beleza que as não modelos? NÃO! Em estudo por mim efetivado com 140 jovens modelos TODAS se mostraram descontentes com a própria aparência! 72 % fariam correções cirúrgicas, índice bem maior que os 54 % de brasileiras que o fariam segundo a pesquisa da Dove!

Na pesquisa, as mulheres mais satisfeitas consigo mesmas foram mais indulgentes ao abordarem a própria beleza. A autopercepção da beleza está ligada à felicidade, bem estar, a auto-estima. Ser bonita é ser feliz, é valorizar aquilo que a torna única, é a expressão do equilíbrio emocional, é, principalmente, a sensação íntima de autoconfiança, de automerecimento da felicidade. È mais, muito mais que a mera atratividade física. É algo que vem “de dentro”, sem o qual a mera atração física se torna banalizada. É a valorização do que se tem e não a lamuria do que não se tem. É a aquisição de uma “identidade estética”.

A pesquisa confirma absoluta necessidade de conceitos saudáveis e viáveis, individualmente considerados.

Parabéns a Unilever – Dove pela abrangência da pesquisa, pelo debate publicam que trará em várias esferas e, porque não. PELAS VIDAS que ajudará a salvar já que, muitas vezes a busca indiscriminada da beleza pode levar à morte.

Acobrirmos sua beleza com adjetivos e mais adjetivos…De passagem, lembro-me quando Gisele Bündchen não era famosa…Era tida como “muito magra”, “nariguda e sardenta…”

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Dr. Marco Tommaso

O Marco Tommaso é um psicólogo e psicoterapeuta que trata pacientes com uma abordagem humanizada, enxergando, antes do diagnóstico, uma pessoa com sonhos, medos, desejos e anseios.

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