Uma crise súbita de terror, com duração de cerca de 10 a 20 minutos do início ao ápice, com manifestações físicas (taquicardia, tremores, vertigens, sufocação, etc), psicológicas (sensação de terror, morte eminente, de que algo terrível irá acontecer), constitui o ATAQUE DE PÂNICO. Sem causa aparente, a terrível sensação “vem”. Uma das mais aterrorizantes vivências narradas pelo ser humano.
A repetição do ataque de pânico ou mesmo a presença de um único ataque seguido do medo de ter outro, constitui o TRANSTORNO DO PÂNICO.
Quem tem um ataque de pânico associa uma ocorrência com a situação, local ou circunstância em que ocorreu. Se tiver a crise guiando, pode adquirir medo de guiar por associação da situação desagradável com o ato de guiar.
A simples aproximação ou mesmo pensar na situação pode desencadear uma forte ansiedade , a ansiedade de antecipação, que desencadeia o que a pessoa mais temia : outra crise de Pânico naquela circunstância.
Os ataques de pânico são aleatórios e se repetem em outras circunstâncias e locais. Os medos vão se ampliando. É a AGORAFOBIA, que é o medo de sentir “aquilo” de novo em locais onde o socorro seja difícil ou impossível. Pouco a pouco vai incapacitando a vida da pessoa, muitas vezes trancafiando-a em casa, por medo de sentir-se mal.
Quem tem pânico tem sensações físicas muito fortes e habitualmente procura muitos médicos antes do diagnóstico correto. Muitos exames são feitos, havendo, inclusive, casos de cateterismo branco. Se examinado logo após uma crise de pânico ou mesmo durante, no máximo será constatado ligeiro aumento da pressão arterial, comum a todos os quadros de ansiedade. Quando ouve do médico “não é nada grave” sente-se desesperançado e desconfiado. “Aquilo” é tão forte e brusco que, ou deve ser algo muito grave e o médico está omitindo ou um mal para o qual não há cura… Desenvolve excessiva vigilância aos menores sinais de desconforto físico, freqüentemente desenvolvendo hipocondria. Qualquer sinal de desconforto físico pode despertar pensamentos catastróficos de morte, parada cardíaca ou enfarte.
Não há uma causa específica para o pânico. Atualmente concebe-se vários fatores atuando simultaneamente , produzindo um efeito. Os fatores genéticos explicariam a vulnerabilidade pessoal para a doença. Os fatores psicológicos a diminuição da tolerância ao stress e os fatores bioquímicos a não utilização adequada de substâncias produzidas pelo próprio organismo para diminuir a ansiedade.
Em 70% dos casos de pânico existem conflitos anteriores ou fatores de estresse nos últimos 12 meses anteriores à primeira crise. Stress físico (parto, doenças, etc), psicológicos (perda de emprego, de entes queridos, divórcio, separação de filhos, etc). O uso de drogas pode pode desencadear crises de pânico.
O tratamento é efetuado através de medicação para o controle das crises de pânico e de psicoterapia comportamental e cognitiva para o controle das crise e para os medos decorrentes, bem como dos fatores emocionais pré-existentes. O prognóstico é bastante favorável (70-90% de recuperação) mas estudos mostram que somente uma em três pessoas recebem tratamento adequado.
PÂNICO NÂO TRATADO É EXTREMAMENTE INCAPACITANTE, PODENDO CONFINAR PESSOAS EM SUAS PRÓPRIAS CASAS.