Você já deixou de fazer algo por não sentir sua aparência adequada? De usar uma roupa, ir à escola, trabalhar, a uma reunião social, a uma entrevista de emprego ou de emitir uma opinião? 72% das mulheres já o fizeram!
O que vemos diariamente na clínica, agora é traduzido em números pela nova pesquisa mundial efetuada pela Unilever – Dove em 2005, após ouvir 3300 meninas e mulheres em 10 países.
E mais: 92% das meninas entre 15 e 17 anos querem mudar algo no próprio corpo, habitualmente seu peso para menos, claro, e 97 % acreditam que a mudança física melhoraria sua auto-estima. No entanto sabemos que a auto-estima é inversamente proporcional à quantidade de mudanças desejadas (leia-se não aceitação de si mesma). Quando a auto-estima está em baixa, 14% das brasileiras se sentem feias contra apenas 5% de outros paises.
52% das adolescentes brasileiras gostariam de se submeter à cirurgia plástica e 15% (!!!) admitiram serem portadoras de algum transtorno alimentar.
O sofrimento diante de um atributo que deveria ser usufruído com tranqüilidade é elevadíssimo. O bombardeio incessante de estímulos de imagens idealizadas e produzidas via mídia vende uma insatisfação crônica levando as mulheres a buscar sua inclusão via perfeição.
Há uma crença de que beleza traz auto-estima. No entanto, ocorre o inverso. O desenvolvimento de sólida auto-estima, tendo por base o amor da pessoa por si mesma, e sua auto-aceitação incondicional, traz consigo uma visão tranqüila e positiva da própria beleza. Permite o desenvolvimento de uma tábua de valores que fará com que a pessoa, diante das ofertas e estímulos que vem de fora, possa submetê-los ao próprio julgamento. Possibilita que busque aquilo que é bom para ela e não para os outros.
O desenvolvimento da auto-estima é baseado, primordialmente, na relação mãe – filha. 57% das adolescentes brasileiras afirmaram que a mãe exerce maior influência nos julgamentos relativos à própria beleza. E quando a mãe é a primeira influenciadora, as amigas e a mídia têm menos força. A maioria das adolescentes gostaria que suas mães conversassem mais com elas a respeito de beleza. O discurso materno será muito mais forte se às palavras corresponderem as ações.
A base da auto-estima é a aceitação incondicional de si mesma. Não por ser bonita ou ter manequim 36, mas por existir. E quanto maior a auto-aceitação da mãe, maior será a segurança que passará para a filha no sentido de uma aceitação incondicional de si mesma.