Habitualmente as pessoas que se submetem à cirurgia plástica, tratamento estético ou dermatológico, tem objetivos específicos. Querem tornar-se mais bonitas, atraentes, sanando algo que consideram “errado”, “excessivo” ou “deficitário” em si próprias ou, talvez, “ganhar algum tempo contra o tempo”. Certamente os profissionais que as atendem esclarecem estes aspectos. Obtidos os resultados, essas pessoas passam a usufrui-los, supostamente melhorando seu bem estar, sua aparência.
Porém existem aquelas que parecem trazer para o profissional da beleza a expectativa inconsciente de que toda sua vida seja resolvida ali, no tratamento ou cirurgia. Conquistar o homem idealizado, melhorar profissionalmente, conseguir sucesso social, prestígio ou mesmo libertarem-se da timidez ou da ansiedade. Estas pessoas são potencialmente candidatas a mostrarem-se insatisfeitas com quaisquer resultados. Ficaram mais bonitas mas a vida não mudou ! Continuam tímidas, ás vezes mal humoradas, “somatizando” suas insatisfações e o que mais queiramos supor.
Esperavam do tratamento estético o que , sozinho, ele não poderia oferecer. Os problemas de imagem foram resolvidos, mas a insatisfação continua ou aumenta , pois a “esperança” foi desfeita ou adiada até para o próximo tratamento estético.
Todo cirurgião, dermato ou esteticista conhece essa população. Ela constitui, aproximadamente de 5 a 10 % dos pacientes destes profissionais, que os procuram atribuindo seus males unicamente à imagem. Não nos esqueçamos que é o próprio paciente que, em clínica estética efetua o “diagnóstico” de suas imperfeições. Suas dificuldades vão além da problemática estética e não são tratáveis à mera persuasão.
Tais casos deveriam ser atendidos também do ponto de vista psicológico,sob pena de manterem essa insatisfação, além de prejuízos funcionais de toda ordem.