O medo mórbido de engordar, associado aos padrões de beleza cada vez mais longilíneos, leva a jovem a uma dieta drástica. Faminta e ansiosa, apresenta o ataque de comer, que é a ingestão de uma grande quantidade de comida num curto período de tempo, acompanhada da sensação de falta de controle, culpa, vergonha e…medo de engordar…
O pensamento, simultaneamente, volta-se para a comida e para os ideais de beleza. A sensação de Ter traído esses ideais, a culpa decorrente, a fazem buscar “formas de compensar” , sendo o vômito autoprovocado o mais freqüentemente utilizado. Tal comportamento é vivido como alheio e repugnante ao indivíduo, porém vivenciado como incontrolável. Porém, engana-se quem pensa que a bulimia é definida apenas na presença de vômito após o empanturramento. Outros comportamentos são utilizados , como uso de medicamentos (diuréticos, laxantes , mais raramente hormônio de tiróide), drogas (com intuito de emagrecimento), exercícios compulsivos visando a queima das calorias ingeridas no ataque de comer também definem a bulimia . Muitas vezes há uma combinação destes comportamentos, sempre acompanhados de medo terrível de engordar e, freqüentemente, em mulheres de peso normal ou mesmo abaixo.
Há alteração da forma pela qual a pessoa percebe a própria imagem e o “peso ideal” habitualmente é inviável e incompatível com o biotipo da pessoa.
Ataca de 1 a 3% das mulheres da adolescência em diante. Esses números são provavelmente sub avaliados, já que a bulímica pode permanecer oculta por muito tempo. Sua aparência é saudável e freqüentemente há vergonha de procurar ajuda, especialmente quando o vômito se faz presente.Isso faz com que, para alguns autores, a bulimia seja até mais perigosa que a anorexia, que apresenta evidentes sinais exteriores. A freqüência é nitidamente maior em mulheres (9:1).
A bulimia pode vir acompanhada por outros transtornos, como abuso de álcool e substâncias, dificuldade de controle dos impulsos, furtos e, especialmente depressão (50 a 75% dos casos). Há baixa auto – estima, muitas vezes incompetência social, grande necessidade de aprovação externa, alteração da auto imagem, impulsividade e supervalorização do que a magreza pode fazer por elas.
O tratamento psicológico visa o controle dos ataques de comer e a resolução dos conflitos psicológicos associados e o prognóstico tanto mais favorável quanto mais precocemente for iniciado.
As conseqüências da bulimia não tratada vão desde irregularidades no ciclo menstrual, alterações cardiovasculares , morte por parada cardíaca (perda de eletrólitos importantes) e suicídio.