A cada ano mais e mais adolescentes e jovens do sexo feminino (90% dos casos) são vitimadas de graves transtornos do comportamento alimentar, anorexia e BULIMIA, que muitas vezes colocam sua vida em risco. O mito e a procura do “corpo ideal” leva essas pessoas a fazerem “regimes” drásticos que desempenham papel fundamental no desencadeamento destes transtornos.
O que é bulimia?
Bulimia é uma grave alteração do comportamento alimentar, caracterizada pela presença dos ataques de comer , provocados por ansiedade e privação de alimentos,(ingestão de grande quantidade de comida em um período curto de tempo, de forma compulsiva) e por comportamentos compensatórios (provocar o vomito, fazer exercícios de forma compulsiva, utilizar laxantes e diuréticos, fazer jejuns entre os ataques ou uma combinação destes métodos). Após o abuso alimentar a pessoa sente-se culpada, inadequada, e elimina o “excesso” através dos comportamentos descritos.
Muitas vezes é difícil detectar a bulimia. A pessoa come compulsivamente , desintoxica as escondidas e mantém um peso normal ou levemente acima. A vergonha e a sensação de só ela ter o problema faz com que se isole e mantenha a doença oculta por anos a fio. Por isso procura ajuda por volta dos 30-40 anos, quando seus hábitos estão muito arraigados. A idade de maior incidência é a partir dos 18 anos, mas existem casos anteriores.
Quais são as conseqüências da bulimia?
A bulimia pode prejudicar seriamente o organismo da pessoa, podendo levar à morte. Em raros casos há inclusive a ruptura do estômago. Os métodos compensatórios podem resultar em insuficiência cardíaca por déficit de sais minerais, como potássio. O vômito pode provocar desgaste do esmalte dos dentes, a introdução dos dedos na garganta gera ulcerações nas mãos. Ocorre inflamação do esôfago e intumescimento das glândulas salivares, irregularidades menstruais e diminuição do interesse sexual.
Pessoas com bulimia podem apresentar dependência de drogas, álcool e de furto compulsivo. Depressão ocorre em 50 a 75% dos casos. São mais vulneráveis a outros problemas psicopatológicos como pânico ,ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo. Tais problemas, associados a tendências impulsivas, aumentam o risco de comportamento suicida. Apresentam baixa auto-estima, sentimentos de desesperança e pavor de tornarem-se gordas. Os ataques de comer constituem maneiras inadequadas de lidar com stress, ansiedade e depressão.
1 a 3% das jovens de 18 anos em diante são bulímicas. Porém estes números estão sub avaliados.A incidência é muito maior do que os índices oficiais já que a bulímica pode permanecer sem ser notada por anos a fio, pois, diferentemente da anoréxica, apresenta peso normal ou levemente alterado.
Quais os sinais de advertência?
Devido ao aspecto físico, é mais fácil desconfiar que alguém de nossas relações seja anoréxica. Já a suspeita de bulimia é mais difícil de ser comprovada. MAS ATENÇÃO: A VIDA DE UM ENTE QUERIDO PODE ESTAR EM JOGO!
Sua filha passa horas no banheiro após as refeições? Fica muito tempo checando-se ao espelho? Está sempre sem dinheiro embora sem razão para isso? Ou você própria está preocupada porque pensa demais na próxima refeição, no próximo excesso alimentar ou nos gramas que engordou por ter dado uma mordida num “alimento proibido?”.
O Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA reconhece os seguintes sinais de advertência para bulimia nervosa:
Abusos alimentares: não é facilmente detectável na bulímica já que muitas vezes ingere o alimento às escondidas. . MAS, se alguém de sua família ou amigos parecer estar comendo demais ou se sua alimentação parecer fora de controle, fique alerta.
Vômitos, laxantes, diuréticos: claro que não dá para observar esses comportamentos diretamente. MAS, se alguém de sua família vai para o banheiro constantemente após as refeições, se passa muito tempo lá, ou utilizar repetidamente laxantes e/ou diuréticos, DESCONFIE.
Exercícios físicos intensos compensatórios (com a intenção de queimar as calorias ingeridas num excesso alimentar, acompanhado de medo mórbido de engordar) Você pode estar diante de um caso de BULIMIA!
Ganho ou manutenção de peso mesmo diante de dieta e/ou exercício físico: quem conta as calorias de tudo o que come, mas nunca emagrece, pode estar tento “ataques de comer”, um dos componentes da bulimia. De outro lado, a pessoa que come aparentemente bem, mas parece sempre muito magra, pode estar vomitando, exercitando-se demais ou jejuando quando não se está por perto ou, quem sabe, combinando os três métodos.
Roubo de álcool ou drogas, furtos compulsivos: claro que tais comportamentos, isoladamente, não significam que alguém seja bulimia. Mas são comuns entre pessoas com bulimia.
Depressão: a depressão está presente em muitos quadros clínicos e, isoladamente, não é indício de bulimia. MAS, 50 – 75 % das bulimias já instaladas ou em desenvolvimento tem depressão.
Inchaço das maçãs do rosto ou gânglios no pescoço: o vomito provocado freqüentemente faz com que as glândulas salivares inchem nestas regiões.
Marcas ou cicatrizes no dorso das mãos: podem ser indícios que a pessoa possivelmente esteja forçando o vômito e, ao introduzir as mãos na garganta provoca esta cicatriz por atrito com a arcada dentária.
Qual o tratamento para a bulimia?
O tratamento da Bulimia é interdisciplinar e engloba médicos, psicólogos e nutricionistas. A bulimia é mais facilmente tratável quanto mais cedo for descoberta. NÃO SE ENVERGONHE! SE VOCÊ TEM FILHA, ALUNAS, AMIGAs, PARENTES OU CONHECIDAS COM ESSAS CARACTERÍSTICAS, NÃO EXITE! PROCURE AJUDA! É PREFERIVEL PECAR POR EXCESSO DO QUE CORRER RISCOS!