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Odontofobia I: Medo de dentisa

      Todo CD teve oportunidade de atender (ou deixar de atender…) um paciente que sofre de “medo de dentista”.

 

Certo receio é até cultural na nossa população. A maior parte das pessoas o tem. No entanto de 4 a 8% da população tem autêntico pavor do atendimento odontológico, com conseqüências desastrosas para a saúde bucal. Problemas de canal, de gengivas e outros comprometem a saúde dessas pessoas como um todo. O medo reforça a sensação subjetiva de dor, que “confirma” a sensação de medo. Pessoas chegam a desmaiar na cadeira do dentista.

 

Nesta série de artigos procuraremos definir o conceito de fobia, e como se insere nos transtornos de ansiedade e, dentro das fobias, a odontofobia.

 

Fobias

 

 

Fobias são uma forma especial de medo que apresentam as seguintes características:

  • São reações desproporcionais ao perigo
  • Não tem explicação razoável, lógica
  • Não há controle voluntário
  • Tendência a evitar a situação temida
  • Na maioria dos casos ocorre prejuízo acentuado do funcionamento global da pessoa

A fobia, então, é um medo irracional percebido pelo próprio individuo como exagerado e desproporcional, mas que, quando diante da situação temida, não consegue deixar de sentir. “É mais forte do que eu”, dizem as pessoas com algum tipo de fobia.

Diante de uma situação temida, o fóbico apresenta todos os sintomas físicos e psicológicos do medo real, só que é desencadeado por objetos ou situações inofensivas do ponto de vista de realidade exterior.

 

Os tipos de fobias são: agorafobia, fobia social e FOBIAS ESPECÍFICAS.

 

     As fobias específicas são medos intensos relativos a situações específicas como animais, insetos, fenômenos da natureza, dentista, sangue, doenças e outros. A pessoa que tem fobia de dentista pode ter uma reação semelhante a um ataque de pânico, de intensidade totalmente desproporcional ao perigo, se colocada diante da possibilidade de um tratamento odontológico.

Não se sabe ao certo as origens ou “causas” das fobias. Haveria uma “predisposição filogenética, na medida em que alguns comportamentos de evitação e fuga foram importantes na sobrevivência da espécie (animais, lugares altos ou fechados, predadores, escuridão, água etc). Outros trabalhos apontam para o fator associação. Os comportamentos que foram úteis em outras épocas em nível de sobrevivência seriam, em pessoas predispostas, ativadas por experiências associativas atuais. Existem trabalhos mostrando, ainda, a aquisição destas fobias pela observação de alguém na situação temida, sentindo medo. Aqui se situa a odontofobia.

 

As fobias habitualmente aparecem na infância ou no inicio da vida adulta, estendendo-se pela vida da pessoa, se não for feita nenhuma intervenção terapêutica, já que quem tem este tipo de problema evita a situação temida para fugir do desconforto da ansiedade.                                         

 

 

No próximo numero discorreremos sobre as odontofobias propriamente ditas.