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Cirurgia plástica em adolescentes

O número de cirurgias plásticas entre adolescentes cresceu 141 % em quatro anos. As cirurgias mais procuradas foram lipoaspiração e implante de silicone, procedimentos eminentemente estéticos. Os padrões de beleza derivados da moda, publicidade e divulgados pela mídia enfatizam  mulheres muito magras. As meninas de quarenta anos atrás eram comparadas com as garotas mais bonitas da escola. Hoje, são comparadas com as mulheres mais bonitas do mundo, devidamente produzidas. Centenas de fotos para a divulgação de uma, horas de filmagem para trinta segundos de um comercial, além de produção posterior por fotoshop. Modelos e atrizes são atuais ícones de beleza. Modelos pesam 23% a menos que mulheres da mesma idade e do mesmo biotipo. Pesam 8 % menos que suas colegas de 40 anos atrás. A medida de quadril não pode exceder 88 cm, mas…se for menos…melhor!…Já se fala em 86 cm…Absurdos e perigosos 86 cm!… As meninas são expostas a autêntico bombardeio dessas imagens idealizadas e sua autoestima evidentemente prejudicada, numa idade de auto afirmação. Quanto mais prejudicada estiver a autoestima, maiores serão as mudanças físicas desejadas. Segundo pesquisa (Dove 2005) 92% das meninas de 15 a 17 anos querem mudar algo na aparência. 97% acreditam que a mudança física melhoraria a autoestima. 52% das meninas desejariam se submeter à plástica. E por aí vai. A magreza é vista como forma de inclusão. A lipo, muitas vezes, é encarada como “processo de emagrecimento!”, daí sua procura. E os ícones dessas meninas? As modelos? Devem estar absolutamente satisfeitas, afinal, são detentoras do tal “padrão”! Vamos aos dados: em pesquisa por mim realizada, 92% fariam cirurgia plástica se pudessem. Querem emagrecer em média 3 kg. A nota atribuída para o próprio corpo é 6,3 em média, com direito a vários zeros… Se nos basearmos em números, modelos estão mais insatisfeitas que as meninas que as invejam. Ou seja, vivemos uma patologia cultural que não diferencia mais quem é detentora do tal “padrão” de quem os almeja. E, para encerrar, o tal “padrão” não é padrão. Padrão é um atributo que 50% das pessoas possam ostentar. O biótipo e uma modelo constitui 1%, se tanto, da humanidade.